Philip Yance - "decepcionado com Deus" - parte 2


Continuando...

Isaac Newton em um exemplo consegue se aproximar do que os israelitas que viram a deus viveram em seu tempo no deserto e mesmo na terra santa. O cientista ficou com os olhos fitos na imagem do sol em um espelho durante horas, o brilho do sol lhe causou uma queimadura na retina e lhe deixou cego por algum tempo. Mesmo ficando em um lugar fechado e escuro para tentar recuperar a visão a imagem resplandecente do astro não lhe saia da vista. “empreguei todos os meios para afastar meu pensamento do sol, “mas se eu pensasse nele imediatamente o via, embora estivesse no escuro” disse Newton.. No deserto, os israelitas tentaram viver com o senhor do universo.. mas não conseguiam encarar nem o brilho de uma vela imaginem o do sol...por isso a liberdade pessoal daquele povo ficara restrita as decisões cotidianas e absolutamente afastada das questões relativas a Deus...

Nesse ponto da pesquisa eu havia entendido enfim porque deus não se revelava, mas nada no mundo consolaria o meu coração e o faria aceitar estar distante de deus... Não com as experiências de oração que eu havia presenciado, não com a minha vida inteira sendo mudada o tempo todo por deus.. Deus não poderia hj estar escondido.

Foi então que calou no meu coração a grande verdade da minha vida... Deus, resplandecente, que se olhasse para mim queimaria meus olhos, minha liberdade, meu ser... minhas convicções, Despojou-se inteiramente de seu brilho somente para olhar para mim... Deus se fez homem para poder descer de seu plano divino e morrer numa cruz para poder, por instantes me amar... e qualquer um percebe isso contemplando a eucaristia... Por isso vivemos a plenitude dos tempos... Por isso a nós é dado, em vida, a possibilidade de amar a Deus, olhando-o face a face... hj, ao contrario dos israelitas eu posso ser amiga de deus.

Quando criança costumamos pedir coisas muito simples a Deus, para que ele nos ajude a passar em determinado exame, para que nos ajude a escapar de uma briga, a conseguir um namorado ... Sabemos que podemos pedir o quisermos a deus pai e temos a certeza que seremos atendidos se estivermos em sua vontade e se nosso pedido for plano de salvação para a nossa vida... algumas pessoas, como nós mesmo no inicio da pregação, costumam apoiar sua fé nas orações atendidas por Deus durante suas vidas, mas sofrem profundas decepções quando Deus não acolhe seus pedidos exatamente como são feitos.

O povo do deserto viveu momentos de muito glario ao ver, quando chegaram a terra santa, as promessas de deus sendo cumpridas. O tom do antigo testamento se eleva quando surge o nome de Davi, “então o senho despertou como de um sono, como um valente que grita excitado pelo vinho.” , diz o salmo 78 sobre aqueles dias.

Deus em Davi encontrara um homem de acordo com seu próprio coração. O robusto rei Davi quebrou todas as leis escritas, com exceção de uma: amou a deus de todo o seu coração, de todo o seu entendimento e de toda a sua alma.. O senhor colocou Davi como Rei de seu povo, que outrora escravizado se estabelecia na terra santa. Israel, teve seus sonhos da aliança retomados com ímpeto redobrado.

E quando o filho de Davi, Salomão assumiu o trono, Deus ofereceu-lhe atender qualquer desejo – vida longa, riquezas, qualquer coisa mesmo – e, quando Salomão escolheu sabedoria, Deus acrescentou recompensas adicionais de riqueza, honra e paz. Salomão governou Israel durante um tempo áureo, um resplandecente momento de tranqüilidade na longa e tormentosa historia do povo de deus, os crônicos murmuradores de isarael haviam morrido todos, e Salomão empenhou-se bastante para que deus se sentisse amado. Construiu um templo para que Deus habitasse: uma obra magnífica em que foram empenhados mais de 200.000 homens, a prata em Israel era encontrada como pedras e as rainhas do mundo inteiro enviavam como presente para Salomão por sua sabedoria toneladas de ouro...

Nesse tempo deus foi tbm presenteado, com as obras, sacrifícios, penitencias... Mas o coração do homem continuava a ser campo não pisado pelo amor de deus. As bênçãos de deus garantiam ao seu povo sustento e felicidade, mas os corações continuavam a andar sem rumo no deserto... Deus, com todos os dons e presentes havia suscitado gratidão e não amor...

Salomão, o homem de verte poética que celebrara o amor romântico, quebrou todos os recordes de promiscuidade: no total, 700 esposas e 300 concubinas, construirá uma casa duas vezes maior que o templo e para agradar suas esposas estrangeiras iniciou a adoração de ídolos pagãos em Israel. Em apenas uma geração Salomão trasformou Israel, um reino inexperiente que dependia de deus para sua própria sobrevivência, numa potencia política auto-suficiente. Mas nessa jornada, perdeu, de vista o objetivo original, para o qual deus o havia chamado. Ironicamente, por volta da época da morte de Salomão, Israel assemelhava-se ao Egito, de onde deus os tinha resgatado: um estado imperial mantido em pé por uma burocracia agigantada e pelo trabalho escravo , com uma religião oficial que estava sob o comando do governante. O sucesso do reino deste mundo havia provocado um desinteresse no reino de deus. Esvaiu-se a rápida e resplandecente de uma nação de aliança substituída pela confiança do homem em si mesmo.

Após a morte de Salomão Israel cindiu-se em dois reinos e gradualmente encaminhou-se para a ruína.

Uma famosa frase, criada por Oscar Wilde resume o que viveu Salomão:

“neste mundo existem somente duas grandes tragédias. Uma é não conseguir o que se deseja, e a outra é conseguir.” Salomão conseguiu tudo o que desejou, especialmente o que diz respeito a simbolo de poder e posição social. Gradualmente foi dependendo menos de deus e mais das coisas que o cercavam: o maior harém do mundo, uma casa duas vezes maior que o magnífico templo erguido para deus, um exercito bem abastecido, carruagens uma economia forte. O progresso pode ter eliminado quaisquer crises de desapontamento com deus, mas tbm parece que eliminou totalmente o desejo que Salomão tinha de deus... quanto mais apreciava as dádivas do mundo, menos pensava em Quem havia o presenteado com tudo aquilo...

Philip Yance - Decepcionado com Deus


Antes de iniciar os estudos sobre O Plano de Salvação de Deus para a Humanidade não estava tão certa de que tanto amor devotado por Deus a nós era empregado na história de forma correta.

Acompanhem o meu raciocínio:

Somos fruto de uma geração marcada pela filosofia iluminista que tem como ponto de partida para que se alcance a sabedoria, a negação de deus. Como resultado, o homem moderno identifica-se de tal forma com seu próprio corpo que encontra grande dificuldade de aceitar que nem tudo o que é miistério no mundo pode-se tocar, sentir ou possuir. “sabendo” disso e nos amando pessoalmente e incondicionalmente como dizem os pregadores entusiasmados nas igrejas, perguntei-me porque Deus com toda a sua sabedoria e poder, não se manifestava para nós de forma clara.

Se, ao menos uma vez, por segundos que fosse, Deus, aos nossos olhos, ou falando em voz alta se manifestasse, então toda a humanidade materialista e descrente creria e encontraria sentido para a vida... Então porque Deus não faz isso¿

Fiquei absolutamente surpresa, quando, tentando encontrar respostas as minhas perguntas descobri que houve um tempo em que Deus se manifestou visivelmente e mais do que isso, vivia com seu povo, dizia-lhe o que deveriam fazer, premiava os justos e punia os que desobedeciam as leis de Deus. Para mim parecia o paraíso na terra, não havia duvidas nesse tempo sobre a existência de Deus, nem sobre qual era a sua vontade, restava ao homem apenas amá-Lo e obedecê-Lo.

Porém, ao continuar a leitura, para entender o que havia acontecido com aquele povo tão especialmente cuidado por Deus, nos livros de Josué e Juízes descobri que num prazo de cinqüenta anos os israelitas tinham se desintegrado, passando a um estado de anarquia total. Grande parte do restante do antigo testamento relata a historia deprimente das maldições (Deus havia dito que se obedecessem receberiam apenas bênçãos) preditas que se tornaram verdade.

Impressionou-me a forma negativa como os israelitas receberam a graça de ter acesso irrestrito a vontade de Deus, já que Para eles Deus mostrou qual era a sua vontade em 613 leis que regulavam desde assassinatos até a forma de preparar o jantar. Eles teriam apenas que obedecer, e foi somente isso que não fizeram, o passatempo nacional dos israelitas passou a ser encontrar maneiras de quebrar os 613 mandamentos. Quando Deus pedia que não declarassem guerra, eles organizavam exércitos, quando pedia que lutassem, fugiam amedrontados... Ficou claro que o homem não conseguiria cumprir um contrato com Deus ou mesmo conhecer por inteiro a sua vontade, uma vez que o desejo do homem era ser livre e se Deus ainda o amasse teria que trocar o relacionamento de sinais, milagres e retribuição diante da obediência, por um marcado pela misericórdia e perdão.

Tive a oportunidade de acompanhar a pregação de um estudioso da igreja presbiteriana que dizia que ficara provado da leitura do antigo testamento que quando o homem presencia muitos sinais e milagres de deus passa a amar os sinais e os milagres e não a Deus.

Mas antes de falar dos israelitas vamos voltar ao inicio e tentar entender essa historia de amor, traição e amor entre Deus e a Humanidade.

Da leitura da palavra de Deus podemos constatar a diferença entre todas as criaturas e o homem. O homem é a única criada à imagem e semelhança de Deus. E se Deus é livre, o homem também é livre. E se o homem é livre, guarda com ele o grande mistério da autolimitação de Deus: Deus criou o homem para amá-lo, mas o fez livre, e por fazê-lo livre deu a ele a prerrogativa de escolher estar distante de Deus e não gozar desse amor.

Mas num mundo criado para o homem, como Deus poderia dizer a ele que era livre¿ Deus criou então nesse mundo em que tudo era dado e provido ao homem, uma possibilidade do homem fazer a escolha entre obedecer e viver em paz com Deus e desobedecer e padecer distante do único amor. Deus criou o fruto proibido. E o homem fez a sua escolha.

Entendam, Deus nunca deixa de nos amar, Ele nos ama independentemente do nosso estado, escolha ou do nosso pecado, Ele sempre nos abraça como estamos, como faz o pai na parábola do filho pródigo contada por Jesus. Mas se estamos em pecado, distantes de Deus, porque assim escolhemos estar então é como se, diante da luz do sol, nos escondêssemos num quarto escuro. O sol, não deixa de brilhar com o mesmo calor e intensidade fora do quarto, mas nós escolhemos estar no quarto escuro, longe da luz e do calor. O nosso pecado, desobediência, desamor é uma barreira que impede que sintamos o amor de Deus, mas isso não quer dizer que Ele naquele momento não esteja nos amando. E foi assim que o homem, que através de sua escolha, distanciara-se de Deus. Anteriormente haviam andado e conversado com Deus. Agora, quando ouviram-no aproximar-se, esconderam-se entre os arbustos. Uma separação desajeitada se introduzira e minara a intimidade com Deus. Distante de Deus, o homem foi em uma geração (de adão para Abel) da desobediência ao assassinato. “Que fizeste¿ A voz do sangue de teu irmão, clama da terra por mim.”

A condição da terra continuou a se deteriorar até chegar a um ponto de crise, que a bíblia resume naquela que é talvez a sentença mais pungente jamais escrita: “então se arrependeu o senhor, de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração.” Essaa frase sem duvida me causa grande angustia, mas é explicada quando usamos a chave de interpretação para entender Deus que a igreja católica nos aconselha usar: Deus é amor. Se Deus é amor, não é inveja, não é dor, não é decepção, é apenas amor. Então se deus decidiu destruir o que havia criado, decidiu por amor, para que o homem não mais sofresse.

No momento em que Deus estava disposto a por fim na alegria vista em Genesis 1 nas águas de um grande dilúvio, surgiu Noé, um homem de fé, que andava com Deus, que mostrou-se grato por ter sido salvo e por isso soube amar verdadeiramente. Em Nóe, Deus encontrou, finalmente, alguém, sobre quem edificar seu povo santo e por isso o salvou, na historia que já conhecemos, Noé era tão maduro em seu relação com Deus, que diferente de adão soube obedecer a Deus, nos mínimos detalhes e mais do que isso, soube confiar, quando lemos sua hitoria percebemos que muitas vezes o que Deus lhe mandava fazer, parecia incoerente com a urgência da situação, mas Noé não desobedecia e até mesmo à metragem exata da arca dada por deus a Noé foi seguida com precisão, mesmo diante das nuvens carregadas que se aproximavam . E tendo salvado Noé Deus lançou uma nova aliança que vinculava não somente Noé, mas toda criatura viva. Deus fez uma promessa: Jamais tornaria a destruir toda a criação. Naquele momento, a bondade suprema de Deus, prometeu suportar a maldade humana, custe o que custasse. (e nós bem sabemos, e ele tbm sabia o que iria lhe custar: seu Filho único).

Não demorou muito para que o homem “testasse” essa tolerância de Deus. No episodio de Babel Deus optou por ser firme a sua promessa e não aniquilar, mas criativamente fazer com que a humanidade se desse conta de sua idiotice.

Retomando nossas questões iniciais, no tempo descrito no antigo testamento eu não poderia de modo algum queixar-me do fato de deus estar escondido ou calado. Porém, todas as vezes que Deus interveio entre os homens até aqui em nossa leitura foi para punir rebeliões. Mas o desejo do coração de Deus era ser amado pelo homens e não temido, Ele queria e quer que seus filhos sejam salvos e gozem da eterna alegria que é estar com Ele, quer ter um relacionamento maduro com seres humanos livres que insistiam em se portar, como vemos da leitura do antigo testamento, como crianças.

O Plano

Genesis 12 assinala uma mudança importante. Pela primeira vez desde os dias de adão, deus interveio não para punir, mas para por em ação um novo plano para a história humana.

Não havia mistério quanto ao que tinha em mente. Disse sem rodeios a Abraão: “ de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome... Em ti serão benditas todas as famílias da terra.”

O desejo de Deus era restaurar seu relacionamento com o homem, mas faria isso de forma gradativa, em vez de mudar toda a criaçao de uma só vez, faria isso primeiro com uma colônia pequena formada pela família de Abraão para que esta se estendesse pelo mundo.

Deslumbrado pelas promessas de Deus, Abraão deixou seu lar e migrou centenas de quilômetros até chegar a terra de Canaã.

Entretanto, apesar da honra tributada a ele como pai dessa nova raça, Abraão se destacou como o primeiro exemplo da bíblia de alguém profundamente frustrado com Deus. Milagres, ele os teve. Abraão hospedou anjos em sua casa, e teve visões místicas de fogareiros fumegantes. Mas existia um problema perturbador: depois da promessa, depois do fulgor da revelação, veio o silencio – longos anos de um silencio, que causava perplexidade.

“Vai para a terra que eu te mostrarei”, Deus disse. Mas Abraão encontrou Canaã seca como um deserto, seus moradores morrendo de fome. Para continuar vivo fugiu para o Egito.

“olhas para o céu e conta as estrelas se é que podes... Serás assim a tua posteridade”, Deus disse. Nenhuma promessa poderia ter deixado Abraão mais feliz. Aos setenta e dois anos de idade ainda vislumbrava uma tenda tomada pelos sons de crianças brincando. Aos oitenta e cinco pôs um plano de emergência com seu serva. Aos noventa e nove, a promessa parecia totalmente ridícula, e quando Deus apareceu para confirmá-la, Abraão riu na sua cara. Pai aos noventa e nove anos¿ Sara em roupas de gravidez aos noventa¿ Ambos deram gargalhadas só de pensar.

Um riso de zombaria, mas também de dor. Deus havia atiçado num casal estéril o maravilhoso sonho de fertilidade, e então se afastou e observou enquanto eles avançavam na fragilidade da velhice.

Deus, com isso, queria fé, e essa é a lição que vemos Abraão aprender na bíblia. Ele aprendeu a crer quando não sobrava qualquer motivo para crer. E embora não tivesse vivido para ver os hebreus encherem a terra, assim como as estrelas enchem o céu, Abraão viveu para ver sara dar a luz a uam criança, um menino, que para sempre preservou a memória da fé absurda, sue nome: Isaac, “riso”.

Vamos retomar:

Vimos que de inicio Deus ficava bem próximo ao Homem, falando diretamente, punindo seus pecados. Mesmo nos dias de Abraão, ele enviou mensageiros a domicilio. Na época de Jacó, entretanto, as mensagens eram bem mais ambíguas: um misterioso sonho com uma escada, uma luta disputada tarde da noite. E já perto do fim de Genesis, um Homem chamado José recebeu orientação de formas bem inesperadas.

José

Genesis diminui a velocidade quando chega a José e mostra Deus, trabalhando para nossa salvação por trás dos bastidores. Deus falou a José não através de anjos, como fizera na época de Abraão, mas através de meios tais como os sonhos de um tirano faraó.

(historio de José, nós conhecemos, Era o filho mais amado pelo pai numa família muito numerosa, que foi vitima da conspiração de seus irmãos que o venderam como escravo e sujando suas vestes de sangue entregaram-na ao pai como prova de que José havia sido atacado por uma fera. José foi como escravo para o Egito e teve a oportunidade de ajudar o faraó a interpretar um sonho que havia tido, No sonho apareciam sete vacas gordas e depois sete vacas magras, José disse ao faraó que as vacas representavam os anos de fartura e seca no Egito, aconselhou o faraó a construir grandes galpões para armazenar comida durante sete anos que seriam fartos para que as reservas fossem consumidas nos sete anos seguintes que seriam de seca. As profecias de José se confirmaram e quando chegou a seca os hebreus com os irmãos de José e sue pai já muito velho foram recebidos no Egito por José com grande festa – foi assim que o povo hebreu foi para Egito, para mais tarde ser libertado por Moisés.

Vocês estão percebendo que o plano de deus para que sejamos salvos em Jesus começa a tomar forma¿ José alcança grande prestigio no Egito e abre as portas para o povo de Deus formado por Abraão, para que o povo não morra na seca, para que não seja desintegrado pela fome, para que se una no sofrimento da escravidão, para que anos mais tarde escolha pela radicalidade na vivencia da escrituras configurando o judaísmo legalista que crucificou Cristo.

De volta a historia de José, percebemos novamente que em sua historia sofrida em que as boas ações eram pagas com mais sofrimento (vejamos: quando se nega a deitar-se com uma mulher casada, vai para uma prisão egípcia, ajuda amigos que o esquecem ...) ele aprendeu a confiar e Longe dos sinais e prodígios que desejaria receber por ser tão integro e justo, quando somente lhe restou a Deus ele aprendeu o que é estar firme na fé diante de toda tribulação. No fim de sua vida a confiança de José em Deus não se baseava na certeza de que coisas ruins não aconteceriam, mas no fato de que se acontecessem Deus as transformaria e o bem seria feito.

Reprimindo as lágrimas, José tentou explicar sua fé as seus irmãos assassinos: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem...”

O livro do Genesis na bíblia conclui-se com apenas uma família, descendente de Abraão, tão pequena que podemos chamar cada um pelo nome, esta família refugiada no Egito, se multiplica e é escravizada por um faraó hostil... Sua história continua a ser contada no livro do êxodo.

Quero abrir um parêntese para uma constatação:

De Genesis à Êxodo, passaram-se 400 anos do mais árduo sofrimento, mas em nenhum momento em nossas pregações ouvimos qualquer menção aos anos em que deus silenciou. Esse hábito, sem duvida provém do fato de preferirmos claramente os relatos bíblicos de vitórias aos de formação, Mas nossa fé só será verdadeiramente madura a ponto de gerar em nós o desejo de uma intimidade com Deus se passarmos e até esperarmos por esses momentos tão fecundos de penitencia, solidão e espera.

...

Imagine só: Você é hebreu um descendente de Abraão vc cresceu ouvido as maravilhosas promessas que deus fez àquele grande homem. “algum dia sua raça se tornara uma nação grandiosa, e vivera em paz, em sua propria terra” – Deus em pessoa fez esse juramento primeiro a Abraão e então a Isaac e a Jacó. Quando criança vc memorizou obedientemente em promessas mas agora elas parecem contos de fada, uma nação independente¿ você e seus vizinhos servem ao mais poderoso império sobre a face da terra; diariamente você sofre os insultos e sente os chicotes dos feitores egípcios, seu próprio irmão recém- nascido foi morto pelos soldados do faraó. Quanto a maravilhsa terra prometida, ela jaz em algum lugar no oriente, dividida e sob o domínio de uma dúzia de reis diferentes, foram quatrocentos anos de silencio até Moisés.

E então tudo aquilo que poderíamos desejar no começo dessa pregação aconteceu:

Primeiro deus apareceu a Moises, num arbusto com chamas, e se apresento, dizendo o próprio nome, disse audivelmente, meu povo já sofreu o suficiente, agora você vera o que farei.

E em seguida ele os libertou com a mais impressionante manifestação do poder divino a que o mundo já assistiu.

Dez vez interveio de uma forma tão grandiosa, que nem uma pessoa do Egito podia duvidar da existência do deus dos hebreus. Bilhões de sapos, mosquitos, moscas, pedra de gelo em forma de granizo e gafanhotos forneceram provas concretas a favor do senhor de toda criação. Durante os 40 anos seguuintes os anos da perigrinação do deserto, deus conduziu seu povo como um pai conduz seus filhos, ele alimentou os israelitas, vestiu-os, planejou seu itinerário de cada dia e lutou por eles contra o exercito egípcio.

Porém a reação dos israelitas diante de tal intervenção direita do poder de Deus nos faz pensar a respeito de com Deus desejaria se relacionar com seu povo.

O poder de deus e suas manifestações só poderiam suscitar no coração de seu povo a obediência a sua vontade, mas de nenhuma forma poderia fazer com que aquele povo o amaesse.

O poder pode fazer qualquer coisa, menos a mais importante, não consegue controlar o amor, as dez pragas do exodo mostram o poder de deus a ponto de forçar um farao a ficar de joelhos, mas as dez principais rebeliões registradas em números, mostram a impotência do poder em ocasionar aquilo que Deus mais desejava: o amor e a fidelidade de seu povo.

Nenhuma manifestação grandiosa da manifestação de deus conseguiria faze-los confiar em deus e o segui-lo.

Pex.:

Num campo de concentração os guardas possuem um poder quase ilimitado, é o depoimento de um numero muito grande de testemunhas, ao aplicar a força, conseguem que você renuncie a deus, amaldiçoe sua família, trabalhe sem remuneração, coma excremento humana, mate e enterre seu amigo mais chegado ou até mesmo sua própria mãe, tudo isso esta ao alcance desses guardas só uma coisa não está, não conseguem forçá-los a amá-los.

Deus, que na criação criou para si uma limitação, qual seja, a de não intervir no coração do homem não o obrigando de nenhuma forma a amá-lo, isso para que o homem pudesse ter a liberdade de escolher a quem amar e a quem seguir separasse agora com o “desafio” que escolheu talvez não superar: ter de novamente o amor do coração livre de seu povo.

Radicalidade na vivencia do pastoreio, castidade, solidão, silencio, fraternidade e intimidade com Deus.

Gabriela (missionária da comunidade de vida shalom em fortaleza)

Como cristãos estamos todos submetidos a obedecer a cristo e à santa igreja, que na figura do papa, de seus bispos e presbíteros exerce a função de nos direcionar nesse mundo, nos ensinando a viver em cada tempo a verdade fincada há dois mil anos.

A comunidade católica shalom traz nesse mistério de obediência uma inusitada novidade, que por muitos pode ser considerada uma loucura, mas para nós é a vontade de deus manifestada na realidade da juventude de fortaleza. O Senhor, em sua imensurável bondade, desejou nos dar a graça do pastoreio jovem, incitando no coração de nosso fundador a necessidade de transmitir essa peculiaridade do carisma a todas as vocações e estados de vida, e por isso hoje além do pastoreio eclesiástico, nós da comunidade shalom vivemos a obediência leiga e colhemos os frutos dessa graça, vontade de Deus para nossas vidas.

A grande vantagem do pastoreio jovem se encontra no fato de assim como os profetas que foram chamados a atualizar a lei de Deus na vida dos israelitas, nós jovens somos chamados a atualizar o evangelho que ao ser pregado por nós emerge de nossa subjetividade e cultura cheio de força, tornando-se real e palpável para aqueles a quem deus deseja tocar o coração.

A obediência leiga traz consigo grande responsabilidade uma vez que a igreja, os pais das ovelhas e a comunidade passam a confiar em nós a missão que lhes foi delegada pelo próprio cristo. Devemos responder a essa confiança com grande radicalidade de decisão e com responsabilidade madura e nada menos do que isso. Viver a castidade e viver em oração profunda e íntima, independentemente de nosso estado de vida, é essencial para que nossa miséria não frustre o plano de deus para nós e para nossos irmãos.

Nessa pregação a Gabriela abordou o tema da castidade e lançou duas indagações, se a castidade para nós era melhor representada por uma represa que remetia ao autodomínio da racionalidade, da energia ordenada para o amor ou se por uma cachoeira que ininterruptamente se doava num movimento constantemente dinâmico. ou ainda se a castidade poderia estar ligada em sue significado à chama de uma vela , sóbria, constante, que iluminava somente o suficiente para o próximo passo ou a um incêndio numa floresta, que rapidamente a consumia, limpando-a das ervas daninhas e preparando o terreno para o novo que estava por vir.

Ela nos explicou que apesar de sempre ligarmos a vivencia da castidade a renuncia, esta era só o seu aspecto interior, uma vez que o que deve refletir da ordenação dos afetos é a integralidade da doação que só atinge seu ponto máximo quando há inteireza do ser de quem pretendo doar. Explicou-nos que castidade, ao contrario do que muitos pensam não é reter desejos, vontades e afetos, mas antes disso possuir tudo o que sou e tudo o que há em mim e assim em vez de esconder-me mostrar-me para o mundo.

Só inteiros poderemos nos doar ao mundo na perspectiva da evangelização e ao outro, objeto do nosso afeto para que nos empenhemos na formação de famílias santas. Quando da criação do ser, éramos inteiros, e por isso sempre prontos para ouvir a voz de deus, o pecado nos distanciou dessa nossa natureza, mas mesmo assim não nos fez incompletos e por isso somos chamados a buscar aqui na terra essa inteireza que provém de deus.

A cultura moderna que vive constantemente o vazio de estar distante de deus, reportou para o sexo oposto a maior possibilidade de completude e por isso hoje vivemos um tempo em que o amor romântico é pregado como fonte de felicidade e completude quando na verdade para nos relacionarmos devemos primeiro estar completos em deus, caso contrario nos frustraremos nessa busco da completude no outro que sempre será incapaz de suprir essa nossa necessidade de deus.

Nossa mídia, entendendo que o vazio humano é um excelente produto a ser explorado e vendido nos cercou de musicas, filmes, festas, livros, poemas, sites de relacionamento que alimentaram naqueles que estavam suscetíveis a novos conceitos de felicidade essa falsa expectativa de completude no outro, e nessa perspectiva as pessoas vão se aventurando em relacionamentos em que entregam suas vidas no desejo de alcançar a felicidade plena mas em pouco tempo descobrem que não a encontrarão,e então já é tarde demais e os corações já estão feridos, machucados e mais distante de deus. Essas feridas e carências potencializadas pela rejeição do sexo oposto geram uma inversão de valores, em que a própria felicidade, a comparação com o outro e o desejo de possuir substituem a doação e o amor decodificando a felicidade na linguagem de nossas concupiscências.

Precisamos hoje receber de deus a graça da reconstituição, para que possamos assumir o caminho de doação integral, nos deixando ser amados por deus que é o único amor que eu necessito receber, a única fonte certa que consolará o meu coração, precisamos entender que ninguém pode ser fonte de amor para mim, pois ninguém é suficientemente capaz de me amar como eu fui criada para ser. A inteireza do ser humano em deus não gera individualismo, pelo contrario, a doação, por ser própria da capacidade de dispor de uma vida santa necessita do outro para encontrar seu sentido de vida.

Quando deus é fonte de amor, quando ele me basta e me sustenta em pé, tudo o que recebemos do irmão é bônus e se não criamos expectativas no amor do outro, nossas relações tornam-se santas e saudáveis e nem nós, nem a pessoa com quem nos relacionamos se decepciona ou se machuca. Essa é a gratuidade do amor pregada por Jesus e à que nós somos chamados a viver. Não nos esqueçamos que nosso chamado é altíssimo e nossa felicidade sobrenatural.

Entendamos à fundo ao que somos chamados. A castidade não é somente abstinência sexual, um namoro incontinente nunca será casto, mas nem sempre um namoro continente será casto, uma vez que ainda posso centrá-lo em mim e incorrendo nesse erro poderei me relacionar de forma não santa querendo atender meus desejos, que mesmo não ligados a genitalidade podem encontrar-se nas áreas carentes da sexualidade e afetividade, assim me perderei em mim, na minha própria lógica expulsando deus de partes da minha vida e abrindo mão da inteireza do meu ser.

O foco é esse! O que me faz viver a castidade é a inteireza do meu ser e a integralidade da minha doação que me fazem ordenado para o amor. A adesão ao chamado de deus a castidade nos faz ir na “contra mão do mundo”, e não gosto de usar essa expressão porque na verdade vamos na contra mão do mundo, mas é o mundo que nada contra a correnteza, é ele que se cansa indo contra sua própria natureza, nós nadamos para deus e por isso nossa vida é um movimento continuo para o amor, nós não nos cansamos dela, pois sabemos pra onde nadamos. Nadar para o amor não torna nossa vida mais fácil, pois bem conhecemos as barreiras as barreiras que enfrentamos para receber de Deus esse amor que dá sentido ás nossas vidas.

Para mim, são três as coisas indispensáveis para que possamos viver a radicalidade da vontade de Deus nas nossas vidas e assim vencermos essas barreiras, a primeira delas é a castidade a segunda a solidão, é necessário que tenhamos nossos momentos à sós com deus. Sabemos que Deus se dá de várias formas, em momentos diferentes e de formas diferentes, se nos contentamos com parte dessa doação tão perfeita que se torna incompreensível a nós, viveremos a superficialidade da vida de oração, mas se ao contrario nos despojarmos de nos mesmo e nos colocarmos a disposição de estarmos com deus, não só nos grupos de oração, mas também em nossos momentos de solidão, provaremos dessa graça de radicalidade.

A solidão é uma necessidade dos santos e privilégio dado por Deus a nós, esse deus tão grande que se faz minúsculo para estar conosco em nossas casas, muitas vezes solo de pecado

(durante a celebração no sábado a noite, foi proclamado alguma coisa que eu não lembro bem sobre os sacerdotes no templo de salomão que adoravam a deus em grandes rituais muito bem preparados, quando a Gabriela falou sobre a solidão na oração ela chegou a fazer um paralelo com esse tempo dizendo que após a vinda de Jesus (que em sua humildade incompreensível ao homem, se despojou da qualidade de Deus para estar conosco) o homem pode orar olhando para a face do próprio deus criador, o que não vemos nas antigas escrituras que diziam que poderíamos ficar como mortos se víssemos a deus ( a gente vê isso em Moises, nos sacerdotes do templo de Salomão etc).

O mais legal é perceber que nada em um retiro é em vão, mas tudo é esforço de deus para nos fazer entender o que ele tem para nós!

Como já dissemos anteriormente a solidão é uma necessidade dos santos. Um homem americano que fez uma musica (que eu não lembro qual) dizia: “parece uma loucura, mas sinto necessidade de estar a sós contigo...” Francisco de Assis intimava seus irmãos a se retirarem do mundo para na solidão elevarem os corações a deus. Elevando nossos corações diariamente e assim observando as mãos de Deus em nossa história, entenderemos que somos únicos em nosso plano de salvação.

No mundo de hoje a solidão é rejeitada e além disso é característica das pessoas que normalmente não são queridas ou desejadas, para o mundo, uma pessoa só, tem problemas e por isso é desprezada. Um indicativo dessa tendência atual de rejeição a solidão é o uso do celular e a necessidade da conectividade onde quer que se vá. ( a Gabriela citou alguns números e pesquisas alarmantes sobre o uso do celular e sobre patologias que o mau uso acarreta (no Google vc encontra tudo) (uma nota: eu já vi muitas pessoas da minha família, ao chegarem no sitio, ficarem ansiosos, preocupados, paranóicos até, ao perceberem que a internet e o celular tem baixa conectividade! É até engraçado ver todo mundo com o celular em cima da cabeça balançando a todo tempo pra ver se “pega área” hasuhs).

É necessidade inadiável ficarmos a sós com deus, pois só assim nos encontramos entregues a ele, somente quando silenciarmos todo o barulho interior, poderemos receber de maneira única a vontade de deus.

O contrario da solidão não é fraternidade, erro de significado que normalmente cometemos, o contrario da solidão é a dispersão, e quem busca dispersar-se foge de deus e de si mesmo.

Quando em vários momentos do meu dia eu escolho por fazer outras coisas (licitas ou ilícitas) dando em troca meus momentos de oração, preciso entender de onde vem tanto medo de encarar o que há em mim.

Devemos deixar velhos costumes de estar sempre perto do barulho para nos concentrarmos no amor de Deus, permitindo que pouco a pouco ele tome o lugar que é dele nos nossos corações e pra isso devemos lembrar que quanto mais coisas nos tivermos nos nossos corações menos espaço haverá para deus e mais especificamente para a Sua vontade. A Dispersão se exterioriza em pequenos hábitos como o de ligar a televisão na hora do almoço ou na hora do banho, preferir ouvir musica no caminho para a faculdade à rezar um terço, assistir a muitos filmes românticos (esse último habito costuma despertar na mulher a dispersão através da carência afetiva que a leva a confundir sua sede de Deus com vontade pex. De ter um namorado (o falso romantismo, gera tbm nas mulheres o mesmo efeito que imagens de grande apelo sexual geram nos meninos em relação ao pecado contra a castidade) devemos então estar atendo aos sinais da nossa humanidade para que nunca nos afastemos de nossos momentos a sós com deus.

(gente, nessa parte da formação a Gabriela nos deu exemplos da sua própria vida, dos relacionamentos que teve, da relação com os pais, das dificuldades dos primeiros anos de consagrada.. mas eu não posso colocar na internet por não ter a permissão dela ;)* os exemplos são legais , com esforço dá pra lembrar) ;)**

DEUS HABITA A SOLIDÃO, e por isso em momentos difíceis das nossas vidas devemos buscar menos aos amigos e mais a Deus, pois os nossos amigos podem naquele momento consolar a nossa carência de atenção ou o desejo de ter problemas resolvidos apenas superficialmente através de uma nova visão que não a nossa, de ouvirmos que somos bons, que superaremos, mas esse amigo nunca consolará o nosso coração ou dará sentido ao nosso sofrimento, isso só alcançaremos com Deus. A Gabriela nos contou nesse momento, que o Moises em momentos de muita felicidade diante de vitorias da comunidade quando sentia vontade de correr e abraçar seus amigos, ia primeiro a capela partilhar sua felicidade com deus de quem provinha tanta felicidade. Na solidão é onde nos sentiremos amados por Deus, por isso é inconcebível que amemos o outro antes de vivermos a solidão, uma vez que somente quando optamos por ela é que aprendemos a amar.

(aff vou ter que dar uma pausa, a formação foi muito densa!!! Posto os outros tópicos amanha)

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